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terça-feira, 19 de maio de 2009

Convergência de mídias, uma nova era.



A convergência de mídias está reconfigurando a sociedade e dando fim a uma era protagonizada pela televisão, o rádio e a tipografia. Outras gerações sentiram mudanças equivalentes, dada suas devidas proporções, a invenção do alfabeto possibilitou o inicio do acúmulo de informações, do desenvolvimento e a partir de então a humanidade evolui seu conhecimento variando em épocas de maiores ou menores avanços. Hoje vivemos uma explosão informacional, tecnológica de tal forma que o ser acaba virando apático, sabe passivamente, mas pouco age ativamente.

Os meios de comunicação tendem a se modificar muito. A relação de produção para a massa cai para dar lugar à produção da massa, as novas mídias possibilitam que todos sejam produtores de conteúdo. E mais, que a informação seja personalizada, são bancos de dados que filtram o que interessa ao receptor de acordo com suas escolhas, seus hábitos de consumo, suas informações geográficas, redes de relacionamentos.

Uma nova linguagem surge na internet, os textos são sintetizados, as palavras são abreviadas reflexos de uma sociedade apressada, sempre sem tempo. Essa criptografia é enriquecida com “emoticons” que “expressam sentimentos”, hipertextos que remetem a antigas exegeses auxiliando na hermenêutica.

Com a invenção da imprensa por Gutemberg houve uma revolução na produção e transmissão da informação, os livros passam a difundir o conhecimento para a população. Hoje os jornais estão abalados com a explosão de informação na internet, qualquer um pode ser produtor (e sem censura). No dia 22 de abril de 2009 o New York Times noticiou que o grupo proprietário do jornal teve um prejuízo de 74,5 milhões de dólares no primeiro trimestre do ano, a culpa do prejuízo: a queda na receita publicitária em papel (28,4%) e na internet (8%). Um dos jornais mais influentes do mundo ameaçando fechar as portas comprova que algumas das previsões dos visionários da internet estão se concretizando.

Mas é preciso ter bom senso e cautela, se por um lado os detentores dos meios de comunicação são formadores de opinião, para aqueles que partem do pressuposto que a massa não tem autonomia, é necessario observar que é uma comunicação de qualidade, o que não tira a observação de imparcialidade, bem estruturada, pesquisada e editada. Os blogueiros de maneira generalizada não têm formação acadêmica para jornalismo, nem sempre contam de competência para informar com qualidade, veracidade e disponibilidade para buscar, pesquisar, verificar os fatos. Na maioria das vezes suas postagens se baseiam em cima das matérias dos grandes jornais. O jornalismo on-line sem sombra de duvida é mais rico, amplo, pratico e personalizado, mas ele ainda não se sustenta sozinho.

Além dessa previsão do fim da predominância do Quarto Poder, tem a do fim dos direitos autorais. O Google maior e mais eficiente mecanismo de buscas disponível na internet atualmente esta tentando um acordo na justiça dos Estados Unidos da América que o autoriza a digitalizar livros e encartes disponibilizando-os em bancos de dados eletrônicos. Isso é exatamente o que pretendia evitar Theodor Nelson, o inventor do hipertexto, da hipermídia, do projeto Xanadu para produzir interfaces simples. Apesar de algumas de suas idéias serem usadas no protocolo “www” e “html” ele desaprova esses links quebrados e unidirecionais, com falta de controle de direitos autorais.

Não faz muito tempo que a quase obsoleta televisão foi considerada culpada pela crise familiar, porque ao invés das reuniões com diálogos familiares todos se sentavam apáticos em frente ao televisor. Agora tudo se converte para o computador onde a internet inclui e unifica todo o conteúdo: os textos, imagens e sons viram um sistema multimídia, o rádio e a televisão já estão disponíveis on-line. As pessoas produzem, compartilham e consomem informações em tempo real ou não dependendo da sua comodidade. Hoje passam mais tempo se socializando intermediados pelos seus computadores, mas a falta de presença física não altera a realidade da relação.Bem vindo a nova era.



Referências Bibliográficas:
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede; tradução: Roneide Venâncio Majer – São Paulo: Paz e terra, 1999.

Debate entre Steven Johnson e Paul Starr; tradução Clara Allain - abril de 2009.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u551660.shtml

Video Epic
http://www.youtube.com/watch?v=4OZ-ANCEchM

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