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segunda-feira, 24 de maio de 2010

O devastador que virou plantador.


Seu Manuel trabalhava na roça, se via árvore atrapalhando seu caminho a enxada cantava.
Hoje Seu Manuel trabalha na universidade e conta com orgulho das mais de 3 mil árvores que plantou e refere-se a elas como filhas que viu crescer, crescer tanto, que Seu Manuel nem consegue mais alcançar seu topo.
Seu Manuel que lida com tanto carinho e agilidade da mata, vive sorrindo na calmaria, mas no fim de semana Seu Manuel deixa suas filhas e vai lhe dar com um bicho complicado chamado gente. Entre uma bandeja e outra no seu bar, Seu Manuel lembra saudoso do seu amigo fanfarrão, um bezerro, que vive lhe perturbando, seu companheiro que lhe faz rir das suas travessuras.
A semana recomeça e Seu Manuel volta para mata da universidade, para plantar novas sementes, ouvir o canto dos passarinhos e contar suas histórias para alunos transitantes dispostos a lhe ouvir. E assim, nós vemos que ali de passagem pelos cantos dessa UESC escondem-se histórias que nos comovem ao mostrar que ainda existe esperança para essa terra de matança.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Nota não é causa, é consequência!



Quando os alunos compreenderem que nota não é causa e sim consequência, seres inertes e apáticos se tornarão sujeitos aptos até a formular pensamentos. Pensando e logo existindo. Sujeitos cognitivos, sensitivos, sofrendo de pathos pelo conhecimento. Já dizia Platão, é um árduo caminho para sair da ignorância.

Ah sim, como é simples, fútil e inútil a vida da anestesia. Mas para aqueles que buscam mais, que se perguntam o porquê de todo esse discurso que lhes é empurrado e às vezes até decorado. Esses verão o oásis e hão de se divertirem com os absurdos alheios, de se encantarem com os pormenores nas entrelinhas.

E quando requisitados e também quando não; vão defender, argumentar, discursar sobre suas vontades de verdades. E perceberão que no momento que falam, uma voz oculta os precede e sua fala é mera repetição camuflada (seres camaleônicos). E no fim, todos são submissos a essa precária sintaxe, arbitrária em demasia, obediente ao ritual da circunstância.

Indivíduos que só têm de individual a diferença com o outro; mas há sempre um igual, aqui e ali lhes doutrinando. Por fim, enfim, esses alunos almejarão boas notas, não pelo erro de acharem que elas lhe garantirão alguma coisa, mas sim porque elas serão o reconhecimento do seu esforço, no doloroso processo de ver a luz.

Laíse Galvão